terça-feira, 22 de maio de 2012

Suprimentos: especialistas ressaltam carência de infraestrutura na operação logística

Opiniões convergem sobre a crítica situação do modal rodoviário. E, apesar de mais lento, ferroviário oferece vantagens e portos exigem retroáreas 

Quanto mais globalizada a cadeia de suprimentos, maior a necessidade de logística. O raciocínio é de Antônio Celso de Queiroz e Souza, vice-presidente de operadores e serviços logísticos da Associação Brasileira de Logística (Abralog), no início do painel sobre as necessidades da operação logística na cadeia de suprimentos.

O painel aconteceu nesta terça (22/05) durante o 7º Encontro de Logística e Transportes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O vice-presidente da Abralog explicou que o custo e a produção da logística são a essência do negócio. “Até a década de 1980, os sistemas eram voltados à produção. Depois deste período foram voltados ao consumo”.

Queiroz e Souza disse ainda que, dentro da cadeia produtiva, a atividade logística ganhou importância e hierarquia dentro do sistema industrial. “Sistemas entre empresas começaram a exigir mais de sistemas de transportes”, analisou.

Santos: sem retroáreas
Luiz Lissoni, vice-presidente de supply chain da BrFoods, disse que, apesar de bem localizado, o porto de Santos carece de retroáreas – nome dado às áreas externas aos portos onde são realizados procedimentos essenciais para o funcionamento da atividade logística, de extrema importância para a competitividade.

Segundo Lissoni, a BrFoods utiliza muitos veículos na frota primária em todo o país, o que representa um problema em função da qualidade de algumas estradas. “O modal rodoviário causa uma infinidade de acidentes e dificuldades de acesso. Nós nos esforçamos muito em usar o modal ferroviário, que tem vantagens de custo, mas ele não é rápido. Por meio de cabotagem [operação entre portos marítimos e fluviais] funciona bem, temos custos relativamente bons”, esclareceu.

Custo x limitações
O representante da Fundação Getúlio Vargas, Manoel de Andrade e Silva Reis, coordenador do Centro de Excelência e Logística e Supply Chain da instituição, disse que a concorrência fez a maioria dos setores ter mais de uma alternativa de fornecimento com qualidade e desempenho equivalentes, fato apelidado de “commoditização” dos mercados.

“Mas as vantagens de custo e valor que estabelecem este diferencial competitivo têm limitações como infraestrutura deficiente, legislação tributária incompatível com o desenvolvimento, sistema burocrático e excesso de impostos”, argumentou. 

FONTE: Fiesp.com.br

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