segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Projetos em análise a cargo da Empresa de Planejamento e Logística (EPL)

Ao mesmo tempo em que trabalha para colocar de pé a primeira fase de seu programa de concessões de infraestrutura de transportes, que tem o potencial de gerar investimentos que superam R$ 200 bilhões, o governo federal já estuda uma segunda fase do programa prevista para vir a público em meados de 2014. Os estudos, a cargo da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) apontam para um portfólio de empreendimentos orçados em R$ 353 bilhões. Se concretizadas, as obras previstas poderão destravar, pelo menos parcialmente, o nó logístico que bloqueia a produtividade brasileira. Mas o governo ainda precisa superar o desafio de atrair os investidores para os leilões que ocorrerão nos próximos meses.

O diagnóstico é conhecido. O custo anual gerado pela ineficiência do transporte no Brasil, calcula o Banco Mundial, equivale a 6% do PIB. Em 2012, R$ 264 bilhões. O ciclo de produção industrial, do insumo ao consumidor, em média é de 90 dias. Nos EUA, 70. Os 20 dias de diferença são perdidos na estocagem de produtos. "O estoque é o recurso para reduzir o efeito da ineficiência do transporte, mas isso impacta no custo", diz Pedro Francisco Moreira, presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog).

O economista Carlos Alvares Campos Neto, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), diz que o desempenho logístico do país é consequência de um histórico de baixos investimentos em infraestrutura que vem do fim dos anos 70. Primeiro, por falta de recursos orçamentários. Mas na última década, avalia Campos, houve dinheiro, porém faltou gerenciamento na hora de implementar os projetos. Entre 2003 e 2012, o governo destinou R$ 164 bilhões para o setor de transportes, mas efetivou R$ 100 bilhões. "É equivalente ao governo deixar de trabalhar três dos últimos dez anos", diz.

A Infraero contou com um orçamento de R$ 12,6 bilhões entre 2000 e 2012, mas aplicou R$ 6,9 bilhões. No primeiro semestre de 2013, a estatal investiu R$ 479,6 milhões, 30,7% dos recursos previstos para o ano. O número de passageiros nos aeroportos, em contrapartida, evolui de forma dinâmica. Em 2002, eram 30 milhões. Dez anos depois, já somavam 100 milhões e, nas projeções da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), serão 200 milhões os passageiros em 2020.

O programa de concessões aeroportuárias teve início no ano passado, com o leilão dos aeroportos de Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, e de Brasília, que devem receber investimentos de R$ 16 bilhões. Em novembro, o governo programa leiloar os aeroportos do Galeão (RJ) e Confins (MG), com investimentos de R$ 9,4 bilhões pelos cálculos da EPL.

Em portos, o programa de concessões prevê investimentos de R$ 54,6 bilhões na primeira fase e R$ 47 bilhões na segunda, segundo a EPL. O total supera, com folga, os R$ 50 bilhões previstos pelo Ipea como necessários para os próximos cinco anos. Uma novidade da segunda fase é a inclusão de hidrovias, modal no qual a EPL prevê obras de R$ 87 bilhões.

No transporte rodoviário o plano de concessões prevê o leilão de nove trechos, somando 7.500 km, com potencial de gerar investimentos de R$ 46 bilhões em melhorias nas estradas e na duplicação de 5,7 mil km em cinco anos. Na segunda fase do Programa de Investimentos Logísticos, ainda em estudo na EPL, a previsão é de estimular investimentos de R$ 116 bilhões. O total, R$ 162 bilhões, se assemelha ao estimado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) que, em levantamento de 2012, constatou que o país necessita de R$ 177,5 bilhões para construir 9,6 mil km de estradas e adequar 51 mil km.

Por enquanto o governo apresentou ao mercado dois trechos rodoviários, tendo sucesso com a concessão da BR-050, que liga Uberaba (MG) a Cristalina (GO), arrematado pelo Consórcio Planalto. Mas não houve interessados na BR-262, entre João Monlevade (MG) e Viana (ES). Os demais leilões rodoviários devem ocorrer em um prazo de seis meses.

No transporte ferroviário, o governo planeja conceder ao setor privado 12 ferrovias, que somam 10 mil km de extensão e exigirão investimentos de R$ 91,1 bilhões. Os primeiros leilões devem ocorrer apenas em 2014, até lá o governo terá que convencer os investidores a aceitarem o modelo de negócio proposto.

O sistema chamado "open access" prevê que uma empresa será responsável por construir a ferrovia e irá cobrar uma espécie de pedágio pelo uso da infraestrutura. O governo, por meio de uma estatal que está sendo criada, a Empresa Brasileira de Ferrovias S.A. (EBF), compra o direito de uso dessa infraestrutura e a revende para operadores. Fábio Coelho Barbosa, coordenador de logística da EPL, diz que o modelo viabiliza as ferrovias subsidiando as operações até que desenvolvam seu potencial de clientes.

Paulo Fleury, presidente do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), é cético quanto ao modelo. "Em tese é uma maravilha, o dono da ferrovia não precisará nem ter um departamento comercial, tudo será vendido ao governo." Para ele, os leilões não devem atrair muitos interessados. "Você fica dependente de um cliente. Hoje o governo tem caixa para bancar o subsídio, quem garante que terá daqui a dez anos?"

Fonte: Valor Econômico

Produtores de açúcar e de celulose investem para serem operadores

De São Paulo - Açúcar e celulose estão entre os segmentos líderes no uso do transporte ferroviário e nos investimentos privados no setor, com destaque para empresas como Cosan, Copersucar e Suzano. A Cosan, controladora da Rumo Logística, quer ampliar sua presença na área. Uma das metas da Cosan Infraestrutura, criada em junho, é a formação de uma Operadora Independente para participar das licitações do Programa de Investimento em Infraestrutura (PIL) - outra era a aquisição de parte do bloco de controle da ALL, operação abortada no mês passado. Em agosto, o Valor apurou que o fundo canadense Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) estaria avaliando aporte em torno de R$ 1 bilhão na empresa. "Temos interesses no segmento ferroviário se a legislação for adequada", diz o presidente da Cosan Infraestrutura, Julio Fontana.

A meta é participar também dos leilões de portos. "Como operador ferroviário independente, estamos analisando oportunidades em Santos, Paranaguá e relacionadas a líquidos no Norte, com foco em grandes commodities - fertilizantes, grãos, celulose e açúcar". As principais dúvidas, segundo ele, estão relacionadas à regulação a respeito do direito de passagem, levando em conta a mistura de concessões em diferentes moldes. "Sem interfaces entre ferrovias extremamente claras, pode matar a operação", diz, acentuando a necessidade de clareza e penalidades rigorosas.

Este ano, os investimentos da controlada Rumo Logística no setor somaram R$ 400 milhões, parte dos R$ 1,4 bilhão previstos para acentuar a migração do açúcar do modal rodoviário para o ferroviário. O objetivo é trocar o uso de 30 mil caminhões por mês pelos trens para transportar 11 mil toneladas de açúcar e grãos até 2015.

No ano passado, foi inaugurada a primeira fase do terminal intermodal de Itirapina, que consumiu R$ 100 milhões em um armazém de 110 mil toneladas, uma tulha ferroviária para expedir 44 mil toneladas e um ramal ferroviário de 5,6 quilômetros que suporta 250 vagões. Até 2015 serão mais R$ 100 milhões para três armazéns e expansão da capacidade de carregamento para movimentar até 12 milhões de toneladas de açúcar e grãos. O objetivo é fazer do terminal um porto seco, para exportação direta por Santos. "A meta é movimentar 80% do açúcar por ferrovia, acima do que ocorre hoje com grão de soja, em torno de 60%", diz Fontana.

Outros investimentos foram direcionados ao terminal portuário em Santos, com reforma das moegas, substituição de ship loaders e construção de novo armazém com capacidade para 100 mil toneladas, cinco vezes mais que o anterior, além da aquisição de um terminal pronto em Sumaré. A nova infraestrutura dos terminais de transbordo e de Santos vai permitir dobrar a capacidade de 10 milhões para 20 milhões de toneladas até o fim do ano que vem. Em material rodante, foram investidos mais R$ 500 milhões na aquisição de 50 locomotivas e 929 vagões e, até o fim do ano que vem, estará pronta a duplicação do gargalo ferroviário entre Sumaré e Santos, no valor de R$ 560 milhões.

O plano de investimentos de R$ 2 bilhões da Copersucar em infraestrutura logística até 2015 engloba duas obras já concluídas que elevaram a capacidade de transporte de açúcar pelo modal ferroviário. Em março de 2012 foi inaugurado o Terminal Multimodal de Ribeirão Preto, onde um dos destaques é a "Pêra Ferroviária", um desvio de 2,8 quilômetros da linha principal que permitiu a elevação da capacidade de expedição para 10 mil toneladas diárias com destino ao Porto de Santos, com ganhos de produtividade superiores a dez vezes em relação à estrutura anterior. A operação ferroviária é parceria entre Copersucar e Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), atual VLI, cujo contrato permitiu a reforma de 500 vagões tipo Hopper, dedicados à Copersucar.

Em junho último, foi a vez da inauguração do Terminal Açucareiro (TAC) de Santos. Uma das principais estruturas do terminal é a moega rodoferroviária, com capacidade de descarga simultânea de até seis vagões de alta performance, que reduziu o tempo total de permanência dos três no sistema portuário de 30 para 16 horas e rendeu maior eficiência de recepção e descarga - de 18 mil para 36 mil toneladas diárias. "As obras possibilitarão o aumento da participação do transporte ferroviário, de 30% para 70% do volume embarcado", registra o diretor-presidente da Copersucar, Paulo Roberto de Souza.

A Suzano adotou as ferrovias locais, sem transbordo de carga, para a logística outbound de sua unidade Maranhão, estrategicamente localizada para a distribuição de celulose aos mercados internacionais. O escoamento da produção está garantido por contrato de logística em que a Vale assume a responsabilidade pelo transporte da celulose (entre 2014 e 2043) da nova unidade de produção, valendo-se das Ferrovias Carajás e Norte-Sul.

O ramal ferroviário da Suzano no Estado consiste em uma telha ferroviária para transporte dentro da fábrica e mais um trecho de ferrovia de 28 quilômetros, até a ferrovia Norte-Sul, de onde percorrerá mais 100 quilômetros até a ferrovia Carajás, totalizando 630 km de trecho ferroviário até Porto de Itaqui, em São Luis, de onde a celulose será destinada aos Estados Unidos e à Europa. A empresa está investindo cerca de R$ 100 milhões na construção do ramal ferroviário de 28 km. (MF)

Fonte: Valor Econômico

Logística reduz ganhos de exportação de grãos

O cancelamento pela China da compra de dois milhões de toneladas de soja brasileira, este ano - por atrasos no carregamento dos navios -, mostra o quanto o país perde ou deixa de ganhar pela ineficiência de sua logística. Para José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), esse fato revela que o Brasil tem condições de vender, mas não tem condições de entregar as mercadorias nos prazos definidos.

"A ferrovia poderia ser uma solução logística para o escoamento de soja, milho e outros produtos de baixo valor agregado, que não podem ter custo alto de frete", diz Castro. Ele lembra que o custo do frete rodoviário das mercadorias produzidas no Centro-Oeste até os portos de Paranaguá e Santos está em até US$ 150 por tonelada.

"Se considerarmos que uma tonelada de grãos custa US$ 530, excluindo-se o frete, sobram US$ 380 para cobrir todos os custos e remunerar o produtor", afirma. "Se houver algum colapso que gere uma volta aos preços do passado, a US$ 174, a exportação ficará inviável. Se houvesse mais ferrovias, poderíamos ampliar a produção em regiões como o Sul do Maranhão e do Piauí, que têm vocação, mas não têm vias de escoamento. O Brasil tem de se preparar para ser o grande fornecedor de alimentos do mundo".

Além dos atrasos e das sucessivas prorrogações, as novas concessões de ferrovias não serão suficientes para atender a demanda. A licitação estava prevista para outubro, mas o modelo vem sofrendo questionamentos pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Segundo dados da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), o Brasil conta com 28.366 km de ferrovias para o transporte de carga e mais mil km para o transporte de passageiros. Para Rodrigo Vilaça, presidente executivo da entidade, o ideal seriam 52 mil km de trilhos, dois quais 6 mil km serviriam ao transporte de passageiros.

"Com isso, poderíamos reduzir em 15% o custo logístico do país, que hoje representa 18% do PIB. A malha ferroviária - hoje responsável por 25% de toda carga transportada, o equivalente a 500 milhões de toneladas -, poderia chegar idealmente a 40% do transporte de carga. Mas, com o Programa de Investimentos em Logística (PIL), cujo objetivo é reduzir o custo de logística do país, chegaremos a, no máximo, 34%", diz Vilaça.

Para Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), a logística será o inibidor do crescimento da produção do setor quase todo concentrado no Sul do país, mas que tem como insumo o milho e a ração produzidos no Centro-Oeste.

"Temos condições de aumentar a produtividade agora que estamos fazendo uso intensivo de tecnologia, mas estamos perdendo market share por conta do custo da logística. Tínhamos 39% das exportações mundiais até 2011, mas essa participação caiu para 37%", diz Turra.

Ele observa que sobra milho no Centro-Oeste, onde a saca custa R$ 12, mas falta no Sul do país, que concentra 66% da produção de frangos, onde o preço do milho chega a R$ 25 a saca. Isso porque o custo do transporte rodoviário é alto. "Se tivéssemos ferrovias, reduziríamos em 40% o custo logístico. Desde 2006, deixamos de gerar 90 mil postos de trabalho e de exportar US$ 1,6 bilhão", diz.

Wagner Cardoso, gerente executivo de infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), observa que um exemplo do bom uso do modal ferroviário são as ferrovias Estrada de Ferro Carajás e Estrada de Ferro Vitória a Minas, mas elas estão lotadas de minério de ferro. Falta ferrovia para o restante dos produtos, principalmente soja e milho.

"Demoramos a ter um plano inteligente e integrado interligando todas as ferrovias. Só que, em transporte, os projetos são demorados. Há dez trechos para serem licitados, mas há problemas como projetos mal feitos, Taxa Interna de Retorno (TIR) apertada e riscos demasiados para o setor privado. O plano é bom, mas deveria ter sido feito há 30 anos", afirma o gerente-executivo de infraestrutura da CNI.

Fonte: Valor Econômico

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Mantega: investimentos chegarão a 24% do PIB

Nova York. O investimento em infraestrutura, assim como ocorreu na China, dará dinamismo à economia brasileira e a participação no Produto Interno Bruto (PIB) pode passar do nível atual de 18% a 19% para 23% ou 24%, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ontem, durante seminário sobre infraestrutura no Brasil organizado pelo Goldman Sachs, em Wall Street.

Seminário em Wall Street contou com a participação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, do presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, e discutiu sobre oportunidades de investimento em infraestrutura no Brasil Foto: ag. Reuters

Mantega ressaltou que o Brasil está superando os efeitos da crise internacional e caminha gradualmente para um crescimento sustentável. Os Estados Unidos ainda estão crescendo menos do que o esperado e o ministro disse que os estímulos monetários norte-americanos precisam ser reduzidos. A redução, segundo ele, tem, no entanto, de ser organizada, caso contrário, a volatilidade e a turbulência no mercado internacional ficam muito elevadas.

"Agora parece que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) está definindo mais claramente como será a redução dos estímulos. O caminho adequado é um gradualismo para esta redução", disse em sua apresentação, destacando que apenas a expectativa de mudanças da política monetária afetou muito os países emergentes, influenciando sobretudo as moedas. "Talvez tenhamos aí uma calmaria", disse ao comentar sobre a decisão do Fed tomada na semana passada de adiar a diminuição do ritmo mensal de compras de ativos.

Mantega frisou que o Brasil tem armas para lutar contra a maior instabilidade nos mercados, como as altas reservas internacionais e a menor dívida pública em comparação com outros países. O ministro falou que o dólar chegou a R$ 2,45 e, recentemente, após a decisão do Fed, a moeda norte-americana recuou para R$ 2,20 e não houve saída de capital no Brasil, como se viu em países emergentes.

"Não gastamos um milhão sequer das nossas reservas para fazer face a essas turbulências", afirmou, ressaltando ainda que o Brasil, diferentemente de outros mercados emergentes, tem um mercado de derivativos desenvolvido. Sobre a deterioração da conta corrente este ano, Mantega ressaltou que ela é passageira e destacou que se explica pela conta petróleo, por causa das importações e exportações do óleo e derivados. Houve aumento do consumo de derivados no Brasil ao mesmo tempo em que a produção da Petrobras não cresceu, mostrando até uma queda, devido a paradas técnicas em algumas plataformas, que diminuiu provisoriamente a provisão, afirmou.

Mais petróleo

No final de 2013, a produção de petróleo deve crescer, disse Mantega, com a entrada em funcionamento de novas sondas no ano passado e neste. "Isso vai aumentar a produção de petróleo e levar o país novamente à condição de exportador de petróleo".

O seminário em Wall Street do qual o ministro Mantega participa discute oportunidades de investimento em infraestrutura no Brasil. O evento é promovido pelo banco Goldman Sachs, grupo Bandeirantes e jornal Metro e reúne cerca de 350 investidores.

Mantega encerrou sua apresentação destacando que o Brasil tem tomado medidas para reforçar o mercado de capitais, citando como exemplo as debêntures voltadas à infraestrutura, isentas de impostos, e disse ainda que está esperando a retomada das aberturas de capital (IPO, na sigla em inglês).

Conforme o presidente do Banco Central, que também esteve presente no evento, Alexandre Tombini, o Brasil está pronto para enfrentar a mudança da política monetária dos Estados Unidos. "O País está preparado para enfrentar a transição para um ambiente de política monetária mais normal", disse em sua apresentação.

O dirigente citou que o Brasil tem excelentes fundamentos externos, incluindo um nível robusto de reservas internacionais e um sistema financeiro sólido, com bancos capitalizados, líquidos e com provisões para devedores duvidosos. Ainda sobre os bancos brasileiros, Tombini frisou que dependem pouco do capital externo para financiar suas operações, por isso estão menos vulneráveis.

Atuação do BC

Além dos bons indicadores e do sistema financeiro, Tombini reiterou que o BC atuou de forma bem-sucedida no mercado para minimizar as turbulências geradas pela expectativa de mudança da política norte-americana. "O Banco Central atuou de forma correta para mitigar riscos", disse ele, observando que o câmbio flutuante é a primeira linha de defesa.

Tombini ressaltou que, mesmo depois do dia 22 de maio, quando o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, sinalizou pela primeira vez que os estímulos monetários poderiam começar a ser retirados, os fluxos de capital continuaram fluindo para o Brasil e até aumentaram. Na semana passada, com a decisão do Fed de adiar a retirada de parte dos estímulos, Tombini disse que o BC ganhou parte do terreno, com o real voltando.

Fonte: Diário do Nordeste

TCU quer regras mais claras para modelo de licitação de ferrovias

Na tentativa de acertar os ponteiros com o Tribunal de Contas da União (TCU), o governo levou ontem ao órgão de controle esclarecimentos para destravar as concessões de ferrovias e de aeroportos. No caso dos aeroportos, a expectativa é fazer o leilão do Galeão (RJ) e de Confins (MG) no dia 22 de novembro. Para as licitações de ferrovias, o objetivo do Palácio do Planalto é evitar um "não" ao novo modelo do setor.

O presidente do TCU, Augusto Nardes, reconheceu que as regras para a exploração das novas ferrovias ainda geram dúvidas no tribunal. A equipe técnica do órgão indicou que falta amparo legal ao modelo e apontou a necessidade de definir com mais clareza se haverá concessões ou parcerias públicas-privadas. "É um modelo que ainda não está bem formatado", admitiu Nardes, após reunião com os ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil), César Borges (Transportes) e Moreira Franco (Secretaria de Aviação Civil).

Avisado sobre a intenção do governo de editar uma medida provisória ou um projeto de lei para reestruturar a estatal Valec, Nardes pediu que as mudanças na legislação atual "não deixem dúvidas". Ele descartou a existência de problemas em levar adiante a análise da primeira concessão de ferrovias, no trecho Açailândia (MA)-Barcarena (PA), com base apenas em uma MP. "O tribunal tem a flexibilidade de fazer sua análise conforme o andar da carruagem", disse o presidente.

César Borges reiterou a esperança de fazer "pelo menos" um leilão de ferrovias ainda neste ano e disse que a mudança na legislação deixa mais claro o papel da Valec - cujo nome passará a ser Empresa Brasileira de Ferrovias (EBF) - na compra do direito de transporte de carga dos trechos concedidos. Nardes considerou a alteração bem-vinda: "A imagem da Valec no tribunal é realmente muito negativa". Para ele, não há atrasos do TCU. "A bola, desta vez, está com o governo."

O caminho parece mais aberto para a concessão dos dois aeroportos. Na semana retrasada, o tribunal de contas liberou a publicação dos editais definitivos para os leilões do Galeão e de Confins, mas cobrou a apresentação de "justificativas técnicas e legais" sobre duas exigências feitas pelo governo. Uma delas era sobre a presença de um operador estrangeiros, nos consórcios privados, com experiência na movimentação de aeroportos com pelo menos 35 milhões de passageiros por ano. Outra era o limite de 15% à participação de acionistas dos três aeroportos já privatizados - Guarulhos, Viracopos e Brasília - nos consórcios que vão disputar a próxima rodada.

O governo explicou ao TCU que a faixa de corte para os operadores leva em conta a experiência internacional recente em processos de concessão. Nas últimas privatizações de aeroportos no exterior, exigem-se operadores que tenham experiência em processar 2,2 vezes a quantidade de passageiros do aeroporto leiloado, no momento da licitação.

Com isso, manteve-se a exigência de 35 milhões de passageiros para o Galeão, mas houve uma redução para 20 milhões de passageiros no caso de Confins. A informação foi antecipada pelo Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor. Essa mudança amplia o número de operadores estrangeiros habilitados para a concorrência em torno do aeroporto mineiro. Nos cálculos do governo, antes eram 34 empresas. Com a flexibilização, mais 13 operadores se enquadram no critério, o que aumenta as possibilidades de associações com grupos nacionais.

O TCU se comprometeu a analisar as explicações na sessão marcada para quarta-feira da semana que vem. Com isso, os editais seriam publicados no dia 3 de outubro e o leilão finalmente ocorreria em 22 de novembro.

Para Moreira Franco, o mais importante é a manutenção do limite de 15% aos atuais controladores de aeroportos já concedidos. "O governo quer estimular a competição no setor", disse o ministro. "Se tiverem até 15% do capital, eles não podem indicar ninguém para o conselho de administração. Logo, não terão acesso a informações que lhes deem vantagem na operação de outros aeroportos que administram."

Fonte: Valor Econômico

Logística Sustentável

Mas o que significa logística sustentável? Como usuário de logística, a logística sustentável está na direção de entregar o produto no lugar contratado, no tempo contratado ou que atenda ao cliente, em perfeitas condições e a um custo adequado.
Uma outra versão poderia ser: cumprir a logística da origem ao destino, ao menor custo usando a combinação de modais disponíveis, no tempo certo e com o produto em perfeitas condições com acesso facilitado à informação do transporte.
Mas o que é sustentável para o transportador? Tenha como exemplo o transportador rodoviário. É sustentável rodar 3, 4 ou 5.000 km de estradas onde mais de 50% destas (de acordo com a pesquisa CNT de Rodovias 2011) têm algum tipo de problema, risco de roubo e acidentes, altos custos de manutenção do veículo, sem garantias de carga de retorno a um valor que gere resultado positivo e não somente pague o combustível? É sustentável que o motorista esteja sujeito aos riscos, receba da sociedade a carga elevada da sua contribuição pelo índice de acidentes e mortes nas estradas ao mesmo tempo que fica distante da sua família?
Em 2012 deverá entrar o CTe , Conhecimento de Transporte eletrônico no transporte rodoviário. E o que isto vai trazer? A formalização do transporte. O recolhimento de todos os impostos. É sustentável pagar todos os tributos, usando estradas ruins, com desgaste acentuado dos caminhões e falta de motoristas, especialmente nas longas distâncias?
E o que será que é sustentável para o transportador de Cabotagem? Uma faceta mostra que transporte acima de 1500 quilômetros de distância à 200 quilômetros da costa para carga geral, conteinerizável é um alvo sustentável.
Será que o governo tem um plano de aplicação mais efetiva dos impostos cobrados com toda a formalização que está por vir com o CTe? Será que vai construir mais estradas, na velocidade em que os chineses constroem estradas? 
E a sociedade, vai produzir mais motoristas com a situação próxima de pleno emprego?
Sabemos que estamos longe das condições ideais de logística sustentável. Porém está ao alcance dos atores da logística nacional tratar de complementaridades que vão melhorar a rentabilidade no rodoviário e também da cabotagem.

logística sstentavelFonte: http://portogente.com.br/portopedia/logistica-sustentavel-79244

Logística: integrar modais é saída

Atualmente, o setor rodoviário é responsável por 61% da movimentação de cargas no País, enquanto o ferroviária responde por 25% e o hidroviário por 14%. A integração entre esses modais de transportes, ou seja, a ligação entre rodovias, ferrovias e portos, continua sendo um dos principais gargalos estruturais para o desenvolvimento logístico do País, segundo o presidente da Companhia Docas do Ceará (CDC), Paulo André Holanda.

Esse é um dos temas que serão debatidos durante a oitava edição do Seminário SEP de Logística, lançado ontem na Federação das Indústrias do Ceará (Fiec). O evento será realizada de 20 a 23 de novembro, no Centro de Eventos do Ceará (CEC). "Para minimizar o problema estrutural, vamos apresentar o Plano Nacional de Logística Integrada, que visa interligar rodovias, ferrovias e hidrovias a portos e aeroportos", comenta Holanda.

A cabotagem (navegação entre portos de um mesmo País) também será foco dos debates do evento. "Se conseguirmos equilibrar esses modais, os custos irão cair. Além disso, a matriz de transporte ainda é muito alta, principalmente pela maior participação do modal rodoviário".

Expolog 2013

Durante o encontro, que irá reunir representantes de todos os elos da logística, temas como comércio exterior e infraestrutura serão abordados. Entre as palestras programadas nesta edição está o tema "Desafios e Soluções de Infraestrutura para o Escoamento das Safras".

Juntamente com o seminário anual promovido pela SEP, será realizado também a V Expolog 2013 - Feira Nacional de Logística. O evento é a oportunidade para que empresas de logística de todo o País apresentem os produtos e serviços. Além disso, a formalização de novas parcerias poderá acontecer durante uma Rodada de Negócios, que será realizada pelo (CIN/CE). 

Fonte:http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1321070

Holambra vai de RFID para distribuição

Veiling Holambra, cooperativa responsável por 45% da comercialização de flores e plantas ornamentais no Brasil, adotou um sistema de identificação por radiofrequência para organizar melhor a sua cadeia de suprimentos.
Segundo a cooperativa, a adoção da nova tecnologia serve para reforçar o controle logístico de cerca de 1,1 milhão de ativos retornávies – embalagens usadas na logística entre seus cerca de 400 fornecedores e milhares de clientes em todo o país.
 
O projeto, realizado no padrão global EPC e com orientação da GS1 Brasil, consistiu na inserção de etiquetas em cestos, suportes de cestos, carrinhos, prateleiras e porta-vasos, em que cada unidade possui um código de identificação próprio.
A empresa responsável pela instalação da tecnologia é a Coss Consulting, de São Carlos, no interior de São Paulo, em um processo que, do planejamento à execução, levou cerca de dois anos.
Com a nova solução, o controle manual dos ativos será eliminado, dando lugar a um controle mais rigoroso, usando antenas nos portais da área da cooperativa, que farão a leitura automática das tags RFID implantados nos ativos retornáveis.
De acordo com a cooperativa, o resultado imediato é a diminuição de erros e de custos, assim como um ganho com a possibilidade de rastrear estes equipamentos ao longo da cadeia de abastecimento.
“O acesso a informações torna-se mais amplo, o que agrega inúmeras vantagens para a logística e para a gestão dos ativos”, destaca a assessora de soluções de negócios da GS1 Brasil, Patrícia Munhoz Botelho do Amaral.
O retorno do investimento da Cooperativa Veiling Holambra está programado para um período de dois anos e meio. Somente em logística reversa, a redução esperada é de 40% no tempo gasto com as operações envolvendo a devolução do material circulante.
“O projeto de adoção de tecnologia RFID representa uma mudança estratégica em toda a gestão de materiais circulantes que utilizamos em nossas operações”, explica o gerente de logística e facilidades da Cooperativa Veiling Holambra, Jorge Possato Teixeira.
O segmento de flores faturou cerca de $ 4,5 bilhões, segundo dados de entidades setoriais. Desde 2006, o segmento tem registrado altas de 8% a 12% em volume e de 15% a 17% em valor. Hoje, o país tem cerca de nove mil produtores.
NO SUL - Também focado no mercado de distribução e venda de flores, um grupo de pesquisadores da Unisinos, em São Leopoldo, criou o portal Cnflores, plataforma que reúne informações de produção e demanda de fornecedores e floriculturas no estado.
Atualmente em fase de testes, a plataforma – disponível via web e mobile – relaciona os tipos de flores disponíveis por quem produz e informa os tipos mais solicitados por quem vende ao consumidor final.
Segundo os pesquisadores, a ideia é estruturar melhor o segmento, que trabalha com janelas restritas de distribuição, ainda mais nos casos de flores de corte, que contam com prazos curtos de validade.