terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Exportação de vinho brasileiro engarrafado cresce 33,6%





As exportações das vinícolas brasileiras integrantes do projeto setorial integrado Wines of Brasil somaram US$ 3,06 milhões no ano passado, ante US$ 2,29 milhões de 2010.

O vinho brasileiro ganhou mercado pelo mundo em 2011. Os destinos dos rótulos verde-amarelos somaram 31 países no ano passado, frente a 27 de 2010. As exportações das vinícolas brasileiras integrantes do projeto setorial integrado Wines of Brasil, realizado em parceria entre o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), alcançaram US$ 3,06 milhões no ano passado, 33,6% a mais do que os US$ 2,29 milhões de 2010. "Foi uma grande vitória e um importante avanço nas vendas de vinhos brasileiros, porque enfrentamos no ano passado a forte crise que abalou a economia europeia e ainda tivemos como obstáculo um câmbio desfavorável às exportações", comemora a gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan.

Das 35 vinícolas associadas ao projeto, 20 são exportadoras, sendo que, destas, 14 efetuaram vendas ao exterior no ano passado. Seis vinícolas fizeram a sua primeira exportação nos dois últimos anos. O Wines of Brasil tem o objetivo de posicionar o produto brasileiro no mercado internacional por meio da promoção do vinho fino engarrafado.

A grande novidade do ano foi a entrada retumbante da China entre os países compradores de vinhos brasileiros. O país asiático, que comprara cerca de US$ 4 mil em 2010, por meio de Hong Kong, acabou o ano na segunda colocação no ranking dos países importadores de vinho do Brasil. Em 2011 foram vendidos US$ 390,3 mil em rótulos verde-amarelos de cinco empresas - Casa Valduga, Cooperativa Vinícola Garibaldi, Miolo, Pizzato e Salton. "Tudo acontece muito rápido na China, que é um país enorme com uma população gigante", comenta Andreia. Segundo ela, os vinhos brasileiros não eram vendidos antes na China porque não havia investimento neste mercado. "Participamos das primeiras feiras e eventos na China o ano passado e já estamos colhendo resultados positivos", observa. Os chineses têm demonstrado um interesse grande por vinhos e procuram produtos que deem status, daí a procura por importados. "Há boas oportunidades para os vinhos brasileiros na China, principalmente porque o nosso país tem uma boa imagem junto aos consumidores", analisa Andreia.

A Holanda foi o principal destino do vinho brasileiro em 2011, ultrapassando o Reino Unido, que havia tomado a liderança do ranking de países compradores de vinho brasileiro em 2010. As exportações para a Holanda totalizaram US$ 410,5, 63% maior do que os US$ 250,4 de 2010. A Holanda ficou com 13,4% das exportações das vinícolas associadas ao Wines of Brasil. O preço médio do litro exportado para a Holanda cresceu 31% no ano passado. Os valores de exportação são em FOB (Free on Board, ou seja, no porto, sem frete e sem impostos que incidem nos produtos comercializados no Brasil).

Andreia Gentilini Milan destaca a consolidação do posicionamento do vinho brasileiro no exterior na categoria de produtos com valor agregado. O preço médio por litro exportado dobrou 2010 para 2011. "Nosso planejamento estratégico tem como objetivo posicionar o vinho brasileiro entre os melhores do mundo. Por isso, não privilegiamos quantidade ou volume exportado e sim a conquista de bons preços para nossos rótulos", revela.

O Reino Unido, que perdeu a liderança para Holanda, ficou em 3º entre os maiores países compradores de vinhos brasileiros. Os Estados Unidos aparecem em quarto; a Colômbia em quinto e a Alemanha em sexto. "O bom desempenho na Holanda, no Reino Unido, nos Estados Unidos e na Alemanha é resultado direto das nossas ações nestes mercados, com a participação em feiras e promoção de eventos de degustação", lembra Andreia.

Histórico

O Wines of Brasil, que iniciou suas atividades em 2002, com a adesão de apenas seis vinícolas brasileiras, conta hoje com 35 empresas. O projeto trabalha, há dois anos, em oito mercados-alvo para a promoção dos vinhos brasileiros no exterior: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Hong Kong, Países Baixos, Polônia, Reino Unido e Suécia.

A estratégia deu resultado, como mostram as exportações de 2011. Mas por que investir tanto no mercado externo, se o mercado brasileiro é imenso e cobiçado por todos os países produtores de vinhos do mundo? Andreia Gentilini Milan tem a resposta na ponta da língua: "O sucesso das exportações de vinho fará o consumidor brasileiro diminuir seu pré-conceito quanto aos nossos produtos, tornará nossos produtores mais competitivos principalmente no mercado doméstico e dará ao setor visibilidade, reconhecimento e a capacidade de se anteceder a tendências mundiais."

Fonte: Apex-Brasil

Um comentário:

  1. Muito boa essa matéria Geraldo, legal saber que a exportação de vinho está aumentando. Parabéns.

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