segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Cabotagem promete custo menor para transporte de cargas

Responsável por cerca de 8% de todo o transporte de cargas realizado no País, a navegação de cabotagem pode levar o empresário a economizar até 15% do custo total em comparação com as rodovias, que respondem por 52% do transporte de mercadorias.

Embora o frete seja mais caro dentro do transporte feito por navio, outros custos embutidos compensam o gasto com este modal.

"Com a mesma origem e carga, nós conseguimos um custo de 10% a 15% menor do que o [uso do modal] rodoviário. Mas é em custo total, não é só frete", observa o gerente-geral de Cabotagem e Mercosul da empresa Aliança, Gustavo Costa, que participou de um encontro da Câmara Americana de Comércio (Amcham) ontem sobre os desafios logísticos do Brasil.

De acordo com o empresário, as empresas de logística que atuam sobre quatro rodas são as maiores concorrentes das quatro armadoras brasileiras que atuam hoje com transporte em águas nacionais.

O valor do seguro é a maior diferença a favor da cabotagem. Isso ocorre porque o transporte em rodovias, além de ser suscetível a roubos, sofre muito mais com as falhas de infraestrutura da malha rodoviária, o que também acarreta custos maiores para a reposição de peças automotivas, que se torna mais frequente nesse caso. "O índice de insegurança é praticamente zero quando uma operadora de cabotagem negocia com a seguradora", garante o gerente da Aliança. O problema, indica ele, é que o empresário olha apenas para o custo do frete na hora de escolher a forma de transporte.

O tempo de transporte e a dificuldade de cruzar o interior do País - principalmente regiões metropolitanas, onde há restrições de horário para a passagem de trens - também afastam o empresariado da cabotagem. A saída acaba sendo a integração dos modais, que ainda é feita em baixa escala pelas armadoras com empresas ferroviárias.

Apesar dessas desvantagens, Gustavo Costa acredita que a subutilização dos navios para o carregamento de mercadorias é responsabilidade muito mais do setor privado do que de uma eventual falta de estímulo do setor público. "O sistema portuário hoje no Brasil está eficiente. Precisa ser melhorado, mas está tudo equacionado, tem um marco regulatório pronto. Precisamos que as próprias empresas olhem para esse modal", defendeu Costa.
 
Por DCI - São Paulo/SP a

Nenhum comentário:

Postar um comentário