A queda repentina nos preços dos grãos em todo o mundo no último mês não deve mudar os planos dos produtores sul-americanos, donos da maior colheita de soja do planeta. Apesar da desvalorização de cerca de 10% nas cotações da soja e do milho no mercado internacional, Brasil, Argentina e Paraguai dão a largada ao cultivo da safra de verão 2012/13 com perspectivas de clima favorável e meta de ampliar em 20% a produção da oleaginosa e em 15% a do cereal.
O trio sul-americano deve cultivar 50 milhões de hectares com a soja e cerca de 10,5 milhões de hectares com milho, apontas as estimativas da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda). Os números mostram expansão de 8% na área da soja e retração de 10% no milho. Depois de um ano traumático, os três principais países agrícolas do continente almejam retirar das lavouras 144,1 milhões de toneladas de soja e 65 milhões de toneladas de milho, contra 114 milhões de toneladas e 55 milhões alcançados no ano anterior.
Para Brasil e Paraguai, a safra de verão começou dentro do prazo previsto, com reclamações pontuais de falta de chuva e replantio. Já na Argentina, os agricultores esperam o fim de alagamentos e estiagens localizadas para colocar as plantadeiras em campo.
Em boletim divulgado na semana passada, a bolsa portenha afirma que o excesso de chuva afetou uma área de 670 mil hectares que seria destinada à produção de soja, milho, girassol e sorgo na província de Buenos Aires, a segunda mais importante do país para o setor. Em Córdoba, por outro lado, o solo está seco, o que inviabiliza o plantio neste momento.
No Brasil, as chuvas também estão abaixo da média. Mesmo assim, o país consegue evoluir com a semeadura de verão. Líderes nacionais no ranking da soja, Paraná e Mato Grosso abriram o cultivo. O plantio da oleaginosa ultrapassa, nesta semana, 5% no estado sulista e 8% no estado do Centro-Oeste, conforme a Secretaria da Agricultura do Paraná (Seab) e o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Embora as chuvas continuem abaixo do esperado no Centro-Norte, as previsões são de melhora no clima, relata o meteorologista do Inmet Luiz Renato Lazinski. “Temos frentes frias a cada sete ou dez dias”. Segundo ele, na região de Mato Grosso ao Oeste da Bahia, o clima deve melhorar na próxima semana. O Sul do Brasil e parte da Argentina devem receber novas chuvas nos próximos dias, quando uma nova frente fria passa pela região.
Paraguai
O Paraguai é o maior beneficiado pelo clima neste início de temporada. A implantação segue antecipada no país. Em Alto Paraná, centro do cultivo da soja paraguaia, o plantio foi concluído em 30% da área, contra 20% nesta época do ano passado, conforme técnicos que atuam na região.
“O país inteiro está nesse ritmo. Os produtores só não plantaram tudo porque faltou um pouco de chuva”, avalia Clever Romagna, técnico da Cooperativa Lar que atua no Paraguai. Se as chuvas e temperaturas prometidas pela previsão se cumprirem, os trabalhos nos campos tendem a ser finalizados até o dia 25 deste mês, aposta.
Fonte: Gazeta do Povo (PR)
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