Entidades representantes do setor logístico mostram preocupação com a rapidez da implantação da nova lei e a falta de infraestrutura para que os motoristas possam cumpri-la. Já que as negociações com o governo continuam, a expectativa é que a fiscalização comece de forma "branda".
"Ficou acertado que as fiscalizações em locais sem estrutura adequada para o motorista parar não resultarão em multas, mas o cumprimento do tempo de direção será fiscalizado. Há uma certa apreensão de como isso vai acontecer", diz o presidente da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), Flávio Benatti.
A entidade prepara um estudo com uma análise do impacto das medidas para o setor como um todo e com sugestões de melhorias para o governo.
O assessor jurídico do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), Adauto Bentivegna Filho, destaca que o principal reflexo está no preço do frete e no prazo de entrega da carga. O sindicato estima elevação dos custos entre 15% e 40%, o que varia conforme o percurso, o tipo de serviço prestado e a mão de obra. As empresas mais afetadas são as que operam de média a longa distância.
Outra dificuldade enfrentada diz respeito à força de trabalho especializada. "Já tínhamos defasagem de quase 100 mil motoristas antes da lei. Não tem mão de obra. De certa forma, a perda de 30% do faturamento do setor no primeiro semestre está ajudando. Se o ano estivesse como 2011, quando houve um crescimento de cerca de 15%, teríamos um apagão logístico", avalia Bentivegna Filho.
Fonte: Valor
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