Oito categorias de trabalhadores que atuam no Porto do Pecém paralisaram ontem as atividades como forma de reivindicar um reajuste do adicional de insalubridade e maior atenção por parte da Cearáportos quanto à prevenção de acidentes. Os sindicatos envolvidos no protesto calculam que a interrupção dos serviços tenha causado aos empresários um prejuízo estimado entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão. A Cearáportos, porém, não confirmou o valor, afirmando que não tinha como mensurar, ontem, o montante.
Durante a manifestação, conforme os trabalhadores, cerca de 100 caminhões ficaram parados no terminal portuário, sem que o material pudessem ser embarcado. Dessa forma, muitas cargas perderam o prazo das entregas.
"Pelo que a gente observou no fim da tarde de ontem, acredito que havia uma média de 100 caminhões parados", relata o coordenador do Fórum Unificado dos Trabalhadores do Complexo Industrial do Porto do Pecém (FUTCIPP), Hernesto Luz. As principais cargas transportadas, afirma, são as frutas - no caso das exportações - e os materiais siderúrgicos - com relação às importações.
No caso do transporte das frutas e de outros alimentos, há a possibilidade de estragos, uma vez que alguns dos contêineres transportam produtos que precisam de refrigeração. Além dos prejuízos com a carga e os cargueiros no Pecém, há os impactos que desembocam em todo o sistema portuário nacional.
Exigências
Os trabalhadores exigem maior atenção quanto à segurança, com a instalação de uma brigada do Corpo de Bombeiros, com ambulância 24 horas. De acordo com Hernesto Luz, os sindicatos que compõem o fórum têm dialogado com frequência com representantes da Cearáportos. Entre os trabalhadores, estão metalúrgicos, caminhoneiros, vigilantes, processadores de dados, e empregados em empresas de asseio e conservação.
A insatisfação dos sindicatos, afirma, à não solução de problemas apontados, desde 2011, pelos trabalhadores, como a ocorrência de acidentes e a precariedade de equipamentos de proteção individual (EPIs). A Cearáportos informou que já está em licitação a construção do prédio e a compra de um veículo de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) para ser utilizado com esta finalidade. A empresa também destacou que possui engenheiro de segurança e desconhece que faltem os EPIs.
Os manifestantes também exigem um acréscimo de 30% de adicional de insalubridade nos salários pela periculosidade da atividade portuária. Sobre essa questão, a Cearáportos informou que aguarda decisão da Justiça, que deve determinar o pagamento ou não do adicional.
Fonte: Diário do Nordeste
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